D. Mariana Antónia do Resgate de Saldanha Corte-Real da Câmara (1784-1848), 3.ª Condessa da Lousã |
Foi casada com D. DIOGO JOSÉ FERREIRA DE
EÇA E MENESES (1772-1862), um dos quatro filhos de D. Rodrigo José António de
Meneses (1750-1807), 1.º conde de Cavaleiros, e neto de D. Pedro José de
Alcântara de Meneses Noronha Coutinho (1713-1799), 4º marquês de Marialva.
Este retrato fazia “pendant” com o de seu marido, cuja localização conhecemos, com as
mesmas dimensões e moldura igual, da autoria de Henrique José da Silva
(Lisboa,1772 – Rio de Janeiro, 1834), primeiro
director da Academia Imperial de Belas Artes do
Brasil.
O seu paradeiro é desconhecido e dele só nos
resta esta má representação fotográfica a preto e branco.
Supostamente foi pintado por volta de 1801,
altura do seu casamento aos 17 anos de idade.
Está representada sob um fundo com uma paisagem
de cenografia muito discreta, a pouco mais de meio corpo e sentada de frente,
com um rico vestido drapejado sob uma echarpe ondulante sobre os ombros,
apresentando uma grande incidência de luz sobre o rosto pálido e um pescoço
desnudado por um amplo decote, assim como mangas curtas e tufadas. O penteado
liso achata-se e ostenta uma fiada de pérola. Com o braço direito apoiado
segura o longo cabelo liso que vem desse lado até à cintura, caindo o braço
esquerdo com naturalidade sobre o regaço onde segura um pequeno cão de
companhia – o “bichom havanês” que mal chegava aos 20 cm de
comprimento e estava em moda na alta sociedade da época.
Por morte desta senhora, e posteriormente do seu
marido D. Diogo, ambos falecidos sem geração, este quadro passou por herança a
uma das suas sobrinhas que faleceu também ela sem herdeiros directos, sendo
então este quadro leiloado no primeiro quartel do século XX (?).
Posteriormente, este retracto
voltou a aparecer num leilão feito a 17-XI-1962 pela firma «Leiria e
Nascimento», no qual foi vendido parte do recheio do palacete da Quinta do Bom Nome em Carnide, onde
este quadro se encontrava, pertencente ao 2.º Visconde de Juromenha que foi um
reputado investigador e coleccionador de arte e antiguidades.
Neste leilão o citado
retracto estava referenciado como «Pintura 312 / Retracto de Senhora/ Pintura a
óleo sobre tela / Escola Francesa / séc. XVIII [o que é errado] / Alt. 1,09;
Larg. 0,85».
A citada firma
leiloeira não tinha nessa época catálogos anotados que nos permitam chegar ao
comprador, pelo que supomos perdido o rasto desta notável obra que
eventualmente poderá ter sido vendida para o estrangeiro.
A quem conhecer o
paradeiro deste quadro, agradecíamos a informação. Dela apenas pretendemos uma
boa foto e o seu estudo para atribuição da sua autoria.
Obrigado.
JT
Informação complementar:
https://heraldicagenealogia.blogspot.com/2019/08/evora-casa-do-morgado-dos-azeredo-sec.html