2023-12-03

Os “esfarrapados morais” e os símbolos nacionais.

 

Bandeira da Carbonária

A propósito do novo logótipo do governo sobre a bandeira nacional, implementado em Julho de 2023, este assemelha-se mais à bandeira do Mali do que à bandeira de Portugal. Deste novo grafismo consta um retângulo vertical verde, um enorme círculo amarelo, um quadrado encarnado, e terá custado mais de 70 mil euros.

 

Logo do governo português

Projetos de bandeiras republicanas
A BANDEIRA PORTUGUESA em uso, resultou da seleção feita pela Comissão da Bandeira (criada a 15-out.-1910), após a implantação da República. Esta teve que escolher entre 28 projetos, qual deles o pior, pois o bom senso e bom gosto parece não ter bafejado os destacados republicanos que se dividiram em dois grupos: o da manutenção da bandeira bicolor com as cores azul/branco, mantendo a tradição; e o das cores verde/rubra, pretensamente progressista, que na realidade, tal como a esfera armilar e o escudo das quinas, mais não são do que um decalque iniludível da bandeira da Carbonária (o braço armado dos republicanos), ignomínia esta aos símbolos nacionais que toda a gente parece querer esconder ou ignorar…

Apesar de algumas bandeiras azul/branca de design aceitável, a escolha não foi pacífica e, longe da perfeição estética, deixou-se prevalecer o mau gosto e o insulto à tradição…

Imagine, o leitor, duas pessoas vestidas: uma com um terno verde e calça vermelha; a outra de terno azul e calça branca. Deste exemplo, muito simples, infira o mau gosto!


Bandeira portuguesa.
O grande poeta Fernando Pessoa, escreveu, e com razão:

«“O regime [republicano] está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional — trapo contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicano português — o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito mental, devem alimentar-se.”» (citado de Nuno Borrego, investigador e genealogista)

Bandeira da Presidência da República
(com o campo "verde erva")

No Palácio de Belém, outrora da Casa Real, desfralda-se agora a bandeira da Presidência da República sempre que o mais alto magistrado da nação lá está. Esta, curiosamente, apresenta um campo "verde erva" que, segundo Fernando Pessoa, "por direito mental, [com ele] devem alimentar-se" os republicanos...  

Tudo isto, porque andam por aí umas sebosas avantesmas a por em questão as insígnias nacionais, e a querer reformula-las, aos quais queremos lembrar que uma substituição deste símbolo maior só se for pela bandeira azul e branca da tradição, á qual, por hipótese admitiríamos a retirada da esfera armilar (por já não termos um império colonial), assim como a respectiva coroa real (por já não sermos um regime monárquico).

            

                            JT