2010-04-10

Epopeia

Nesta ilha
de silêncio
faço da minha voz
a quilha
que corta
esse mar imenso.

Imergido dos mitos
deste sono
secular
íntimo da indiferença
e do abismo
deste mar.

E nele esta marinha
trágica epopeia
de nautas férreos
a construir na areia
sonhos
e Impérios.

Pobres anfíbios
neste oceano
especulando
a fé
a troco de quimeras
e bancos de coral.

E as marés
sucedem-se
a medo
na geografia insular
deste silêncio
         que é degredo...

J.T. - OUT.-73

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