(Divina Comédia ― O Inferno de DANTE)
DANTE ALIGHIERI (1265-1321), autor da Divina Comédia
(século XIV) – com 3 livros: "Inferno", "Purgatório" e
"Paraíso", -- foi um dos maiores autores clássicos da literatura
universal.
É-lhe atribuído a descrição de que “O canto mais sombrio
do inferno está reservado para aqueles que mantêm a neutralidade em tempos de
crise moral".
Dante Alighieri (1265-1321) |
Como alternativa, reservava-lhes um lugar no
"Vestíbulo do Inferno" ou "Ante-Inferno", reservado aos
mortos que não podem ir para o céu nem para o inferno.
A sua recusa da escolha, é a indecisão e, por isso, o
“Vestíbulo do Inferno” é a sua morada devido à sua covardia de passarem a
vida "em cima do muro". Eles não assumem compromissos, nem tomam
decisões firmes, por acharem que assim perdem outras oportunidades.
Estes covardes, no “Vestíbulo” do Inferno, são condenados a correr em filas atrás de uma bandeira, enquanto perseguidos e torturados pelas picadas de vespas e moscões, ao mesmo tempo que vermes nojentos roem suas pernas.
O seu castigo é vaguear eternamente em busca de
uma bandeira que os leve de um lugar a outro sem destino fixo. Já
que em vida decidiram não seguir ninguém, agora correm atrás de uma ilusão
vazia que não os leva a lugar algum. O sofrimento adicional é causado por eles
mesmos, pela inveja que os corrói em relação aos verdadeiros condenados:
aqueles que vão aos círculos inferiores para sofrer por toda a eternidade e são,
em sua opinião, mais afortunados, pois, pelo menos experimentarão tormento pelo
que fizeram e não pelo que não fizeram.
É no vestíbulo do Inferno que habitam os indiferentes, por
não terem praticado nem o bem nem o mal com o tempo que Deus lhes deu. Por
isso, nem o céu, nem o inferno os aceitam. Aí permanecerão, abandonados, pois a
misericórdia e a justiça divina ignora-os, e até, os que praticaram o mal,
observam aquelas almas com desprezo.
Tudo isto…
Anubis, pesando o coração. |
Perante tudo isto, quando o Anúbis dos Antigos Egípcios pesar
na balança a minha alma-coração, não sofrendo eu da cobardia da indiferença, tenho
a certeza que Osíris, no seu julgamento divino remeter-me-á para um qualquer
destino eterno que não seja o equivalente ao “Vestíbulo” do Inferno de Dante.
JT
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